PRA CADA OVO, UMA SURPRESA.

PRA CADA OVO, UMA SURPRESA.

18 de jan. de 2011

O cachecol da moça do inverno

Eu gostava de esperar na rua 15

Enquanto não chegava a hora de partir

Observava o quão cinza era aquele céu

E não queria que ele mudasse

E quanto mais dias se passavam

Menos eu conhecia aquele lugar

Só esperava naquele banco de madeira

Por algo que nem eu sei o que é

Mas sabia que alguma hora ia chegar

Observava com atenção as aves negras

Que ciscavam sementes secas na arvore

Algo me diz que o que eu esperava

Passou diante de meus olhos, mas não pude fazer nada

Tudo me parecia familiar

E senti uma leve brisa fria a bater em meu nariz

O cara do jornal estava sorrindo

E a moça da banca me olhava com um sorriso estranho

E quando tudo parecia normal

A rua 15 já tinha outro nome

E você não estava mais lá

Nada mais era estranho,

Mas ao mesmo tempo não fazia sentido

Aquela arvore de folhas secas estava verde

Um verde similar ao cachecol que ela usava

E esperava ver o céu cinza com a brisa gelada

Pra poder ver aquele cachecol verde balançando com o vento

E fazer que viesse até mim

Para senti-lo junto a pele da pela moça que passava.

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