Eu gostava de esperar na rua 15
Enquanto não chegava a hora de partir
Observava o quão cinza era aquele céu
E não queria que ele mudasse
E quanto mais dias se passavam
Menos eu conhecia aquele lugar
Só esperava naquele banco de madeira
Por algo que nem eu sei o que é
Mas sabia que alguma hora ia chegar
Observava com atenção as aves negras
Que ciscavam sementes secas na arvore
Algo me diz que o que eu esperava
Passou diante de meus olhos, mas não pude fazer nada
Tudo me parecia familiar
E senti uma leve brisa fria a bater em meu nariz
O cara do jornal estava sorrindo
E a moça da banca me olhava com um sorriso estranho
E quando tudo parecia normal
A rua 15 já tinha outro nome
E você não estava mais lá
Nada mais era estranho,
Mas ao mesmo tempo não fazia sentido
Aquela arvore de folhas secas estava verde
Um verde similar ao cachecol que ela usava
E esperava ver o céu cinza com a brisa gelada
Pra poder ver aquele cachecol verde balançando com o vento
E fazer que viesse até mim
Para senti-lo junto a pele da pela moça que passava.
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